Durante sua participação no podcast Café Com Eles, apresentado pelo pastor Rodrigo Salvitti, o pastor Jucélio de Souza fez uma análise profunda sobre o estado atual da igreja brasileira, abordando as dificuldades e desafios que o discipulado enfrenta.
“Infelizmente, o que temos visto é que o cristianismo se tornou muito superficial. As pessoas não estão mais interessadas em se aprofundar na fé, em caminhar de verdade com Cristo. Elas querem apenas uma experiência rápida, algo que as faça sentir bem no momento, mas sem compromisso com o processo de transformação. Isso tem impactado diretamente o discipulado, porque sem profundidade, não há crescimento”, afirmou Jucélio durante o podcast, feito em parceria com o Guiame.
Veja o episódio completo:
Jucélio ressaltou que o foco excessivo no entretenimento tem desviado a igreja de sua missão. “O problema é que estamos trocando a edificação pela busca de sensações momentâneas. As pessoas querem sair do culto se sentindo bem, mas não querem assumir o peso do discipulado, que exige esforço e comprometimento. Precisamos recuperar isso urgentemente”, alertou.
O perigo do crescimento sem raízes
Ao discutir o crescimento das igrejas, o pastor Jucélio fez uma crítica ao que chamou de “crescimento sem raízes”.
“Muitas igrejas estão mais preocupadas em encher os bancos do que em realmente discipular as pessoas. Crescimento numérico não significa crescimento espiritual. E sem discipulado, não há raízes profundas. Quando vierem as dificuldades, essas pessoas vão cair, porque não foram ensinadas a caminhar firmemente com Cristo”, alertou.
Rodrigo Salvitti concordou, dizendo: “Essa questão do crescimento é complexa. É claro que queremos ver as igrejas cheias, mas o que adianta se essas pessoas não estão realmente firmadas na fé? Precisamos de mais discipulado, de líderes comprometidos com o crescimento espiritual das suas ovelhas.”
Para Jucélio, o discipulado é a chave para criar raízes sólidas na fé. “O discipulado não é uma opção. Ele é a base da igreja. Sem discipulado, estamos criando cristãos nominais, que conhecem o nome de Jesus, mas não o seguem de verdade. É preciso tempo, dedicação e paciência para discipular, mas é o único caminho para uma igreja forte e enraizada”, destacou o pastor.
A falta de discipulado na liderança
Um dos pontos centrais da fala de Jucélio foi a necessidade de retornar ao modelo de discipulado estabelecido por Jesus. “Jesus não mandou seus discípulos pregarem depois de um culto ou de uma experiência rápida. Ele caminhou com eles por três anos, ensinando, corrigindo, compartilhando a vida. O discipulado é isso, é caminhar junto, é viver o Evangelho no dia a dia. Mas hoje, parece que a igreja está com pressa. Queremos formar líderes rapidamente, sem dar a eles o tempo necessário para serem discipulados”, disse.
Pastor Jucélio em participação no podcast Café com Eles. (Foto: Guiame/Café com Eles)
“Temos que entender que o discipulado não é um programa de curto prazo. É um processo contínuo, é um estilo de vida. Jesus investiu tempo, e nós também precisamos fazer isso.”
Jucélio reforçou que o discipulado é um chamado para todos os crentes. “Cada cristão é chamado para discipular outros. Não é uma responsabilidade apenas dos pastores. É o modelo de Jesus, e se queremos ver uma igreja forte, precisamos resgatar isso. Discipulado é sobre relacionamento, sobre investir nas pessoas, e isso leva tempo”, acrescentou o pastor .
Líderes que discipulam líderes
O pastor Jucélio também falou sobre a responsabilidade dos líderes e pastores no processo de discipulado. “O pastor não é só um pregador. Ele é um discipulador. O problema é que muitos líderes estão sobrecarregados com as demandas administrativas da igreja e acabam deixando o discipulado de lado. Mas não podemos perder o foco. Se o pastor não está discipulando, a igreja também não vai discipular”, advertiu.
Jucélio fez ainda um apelo para que os líderes da igreja voltem a priorizar o discipulado: “Precisamos voltar ao básico. Precisamos voltar ao que Jesus nos ensinou. Discipulado não é opcional, é fundamental. E o pastor precisa liderar esse movimento dentro da igreja. Se não fizermos isso, corremos o risco de ter igrejas cheias de pessoas vazias, sem raízes e sem compromisso verdadeiro com Cristo”, finalizou.